Mercadejação e neoextrativismo na geração de eólicas offshore no Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Palavras-chave:
transição energética, eólicas offshore, marketization, divisão espacial do trabalho, neoextrativismo, estado do Rio de JaneiroResumo
O artigo tem como objetivo discutir as medidas relacionadas à mercadejação (marketization) da geração eólica offshore no Estado do Rio de Janeiro (ERJ) e sua relação com a produção de hidrogênio verde, de modo a suscitar o debate sobre as implicações territoriais desse processo, à luz da divisão espacial do trabalho no setor de energia e do caráter neoextrativista a que se configura a transição energética fluminense. Dada a dependência do ERJ aos recursos oriundos da cadeia produtiva do petróleo, as fontes renováveis potencializam o desenvolvimento de uma nova fronteira energética, que pode vir a suplantar a economia petrolífera no futuro, aspecto que justifica as iniciativas em prol das novas energias. Por outro lado, não se vislumbram mudanças nas condições estruturais que conferem ao ERJ seu papel subordinado no mercado global de oferta energética, reiterando o caráter neoextrativista da geração de energia na região. A pesquisa, de caráter qualitativo, realiza revisão bibliográfica, análise documental, regulatória e informações veiculadas na imprensa, assim como, analisa, com base nas informações do IBAMA, órgão ambiental brasileiro, os propoentes de projetos na modalidade eólica offshore.
Downloads
Referências
Acciona. Nossa trajetória. (2024). Disponível em https://www.acciona.com.br/nosso-proposito/historia/?_adin=02021864894
Acosta, A. (2016). “Extrativismo e neoextrativismo: duas faces da mesma maldição”. Em: Dilger, G.; Lang, M.; Pereira Filho, J. (Ed.) Descolonizar o imaginário- debates sobre o extrativismo e alternativas ao desenvolvimento (pp.46-85). Elefante Editora.
Acselrad, Henri. Apresentação: De “bota foras” e “zonas de sacrifício” – um panorama dos conflitos ambientais no Estado do Rio de Janeiro. Em: Acselrad, H. (Org.). Conflito social e meio ambiente no estado do Rio de Janeiro. (pp 07-18). Relume Dumará.
Acselrad, H., Michelotti, F., & RBEUR, C. E. (2024). Neoextrativismo: entre critérios quantitativos e qualitativos. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 26(1). https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202430
ANEEL. (2023). Agência Nacional de Energia Elétrica. Sistema de Informação de Geração. https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNjc4OGYyYjQtYWM2ZC00YjllLWJlYmEtYzdkNTQ1MTc1NjM2IiwidCI6IjQwZDZmOWI4LWVjYTctNDZhMi05MmQ0LWVhNGU5YzAxNzBlMSIsImMiOjR9
Berndt, C., Rantisi, N.M., & Peck, J.. (2020) M / market frontiers. Meio Ambiente e Planejamento A: Economia e Espaço. SAGE. Journals, 52 (1) 14-26. DOI: 10.1177 /0308518X19891833
Bringel, B; Svampa, M. (2023). Do “Consenso das Commodities” ao “Consenso da Descarbonização”. Editora Elefante. https://editoraelefante.com.br/do-consenso-das-commodities-ao-consenso-da-descarbonizacao/
BlackRock. About BlackRock. (2024) Disponível em https://www.blackrock.com/corporate/about-us
Bluefloat. Home. (2024). Disponível em https://www.bluefloat.com/
Brasil (2022). Decenal de Expansão de Energia 2031. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. MME/EPE.
Callon, M.. (1998) An Essay on Framing and Overflowing: Economic Externalities Revisited by Sociology. The Sociological Review, 46(1_suppl), 1998. 244–269. doi:10.1111/j.1467-954X.1998.tb03477.x
Callon, M.. (2013). Qu’est-ce qu’un agencement marchand? Em: M. Callon, et al. (Ed). Sociologie des agencements marchands. (pp. 325–440)Textes choisis. Presses des Mines.
Callon, M.. (2008). Economic markets and the rise of interactive agencements: from prosthetic agencies to ‘habilitated’ agencies. In: T. Pinch and R. Swerdberg, eds. Living in a material world. Cambridge, MA: MIT Press, 29–56
Cataia, M., & Duarte, L. . (2022). Território e energia: crítica da transição energética. Revista Da ANPEGE. https://doi.org/10.5418/ra2022.v18i36.16356
Chiappini, G. (2022). Fundo Dinamarquês pode aportar mais de R$6 bi em eólicas offshore no Brasil. EPBR. Disponível em https://epbr.com.br/fundo-dinamarques-pode-aportar-mais-de-us-6-bi-em-eolicas-offshore-no-brasil/
Cointe, Béatrice (2017): Managing political market agencements: solar photovoltaic policy in France, Environmental Politics, DOI: 10.1080/09644016.2016.1269527
Dardot, Pierre; Laval, Christian. (2017). Comum: ensaio sobre a revolução no
século XXI. Boitempo Editorial.
EDF Renewables. (2022). André Salgado assume a posição de CEO da EDF Renewables do Brasil e Diretor Latam. Disponível em https://edf-re.com.br/2022/01/21/andre-salgado-assume-a-posicao-de-ceo-da-edf-renewables-do-brasil-e-diretor-latam/
Equinor. About us. (2024). Disponível em https://www.equinor.com/about-us
Fucuchima, L. (2023) Ocean Winds e Prumo assinam acordo para estudar eólicas offshore no Porto do Açu. Disponível em https://epocanegocios.globo.com/empresas/noticia/2023/09/ocean-winds-e-prumo-assinam-acordo-para-estudar-eolicas-offshore-no-porto-do-acu.ghtml
Gorayeb, A.; Brannstrom, C.; Meireles, A. J. de A.; de Sousa Mendes, J. de S.. (1998) Wind power gone bad: Critiquing wind power planning processes in northeastern Brazil. Energy Research & Social Science, 2018. https://doi.org/10.1016/j.erss.2017.11.027.
Gudynas, E. (2009). Diez tesis urgentes sobre el nuevo extractivismo. Contextos y demandas bajo el progresismo sudamericano actual. Em: Jürgen Schuldt et al. (Ed.) Extractivismo, política y sociedad. Centro Andino de Acción Popular e Centro Latino Americano de Ecología Social.
Guerra, Wander (2024) A Petrobras e o Estado do Rio de Janeiro na rota da transição energética global. Cadernos do Desenvolvimento Fluminense, Rio de Janeiro, n. 26 DOI: 10.12957/cdf.2024.83840.
Harvey, D. (2006). The limits to capital. Verso.
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis. IBAMA. (2024) Complexos Eólicos Offshore: Projetos com Processos de Licenciamento Ambiental abertos no IBAMA. Disponível em https://www.gov.br/ibama/pt-br/assuntos/laf/consultas/arquivos/20240129_Mapa_eolicas_offshore_Ibama.pdf
International Energy Agency. IEA. (2022). World Energy Investment 2022. Disponível em https://iea.blob.core.windows.net/assets/b0beda65-8a1d-46ae-87a2-f95947ec2714/WorldEnergyInvestment2022.pdf
Kirkegaard, J.K; Caliskan, K. (2018). When socialists marketize: the case of China’s wind power market sector. Journal of Cultural Economy, 12: 2, 154-168, DOI: 10.1080 / 17530350.2018.1544581
Lima, J. A. G. (2019). A natureza contraditória da territorizalização da produção de energia eólica no Nordeste do Brasil. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal Fluminense.
Linkedin. Raíssa Cafure Lafranque. (2024). Disponível em https://br.linkedin.com/in/ra%C3%ADssa-cafure-lafranque-8096595a?original_referer=https%3A%2F%2Fbr.search.yahoo.com%2F
Machado, N; Chiappini, G. (2022). “Você senta aqui atrás, aí é só para autoridades”: Setor de energia ainda tem longo caminho até diversidade. EPBR. Disponível em https://epbr.com.br/nao-voce-senta-aqui-atras-ai-e-so-para-autoridades/
Massey, D. (2012). En qué sentido hablamos de problema regional? In: Albert, A.; Benach N. (Ed.) Doreen Massey. Um sentido global del lugar. Icaria Editorial.
Ministério de Minas e Energia. MME. (2023). Investimento alemão poderá alavancar projetos de hidrogênio de baixo carbono no Brasil. 13 de março de 2023. Disponível em https://www.gov.br/mme/pt-br/assuntos/noticias/investimento-alemao-podera-alavancar-projetos-de-hidrogenio-de-baixo-carbono-no-brasil
Neoenergia, 2024. Neoenergia. Disponível em https://ri.neoenergia.com/
Oliveira, et al. (autor) (2022).
Pessanha, R.M. (2015). A ampliação da fronteira de exploração petrolífera no Brasil é parte da geopolítica da energia: oportunidades e riscos de inserção global em meio às novas territorialidades regionais e ao desafio da abundância na economia dos royalties no Estado do Rio de Janeiro», Espaço e Economia [Online], 6 | 2015. DOI: https://doi.org/10.4000/espacoeconomia.1511
Piquet, R. (2021). Norte Fluminense, uma região petrodependente. Editora Telha.
Quantum Capital Group. About Quantum 2024. Disponível em https://www.quantumcap.com/about-quantum/#apart
Rodrigues, M. (2023). Petrobras anuncia projeto de eólica offshore flutuante no Rio de Janeiro. 13/09/2023. Disponível em https://epbr.com.br/petrobras-anuncia-projeto-de-eolica-offshore-flutuante-no-rj/
Roquete Pinto. (2023). Cláudio Castro assina memorando de entendimentos com a Total Energies disponível em https://www.roquettepinto.rj.gov.br/node/646
Secretaria de Estado de Energia e Economia do MAR. SEENEMAR. (2023a). Rio de Janeiro terá projeto-piloto para testar a viabilidade de eólicas offshore. Disponível em https://www.seenemar.rj.gov.br/offshore
Secretaria de Estado de Energia e Economia do MAR. SEENEMAR. (2023b). Governo do Rio e Ocean Winds assinam Memorando de Entendimento para impulsionar projetos eólicos offshore no estado. Disponível em https://www.seenemar.rj.gov.br/memorando
Secretaria de Estado de Energia e Economia do MAR. SEENEMAR. (2023c). Governador Cláudio Castro destaca programas e políticas de transição energética durante Fórum Global de Inovação e Tecnologia em Sustentabilidade. Disponível em https://www.seenemar.rj.gov.br/transicaoenergeticafits
Santos; autor (2022).
Soares, J.P. (2023). Hidrogênio verde promete turbinar parceria Brasil-Alemanha. Deutsche Welle (DW). 03 de fevereiro de 2023. Disponível em https://www.dw.com/pt-br/hidrog%C3%AAnio-verde-promete-turbinar-parceria-brasil-alemanha/a-64599718
Svampa, M. (2019). As fronteiras do neoextrativismo na América Latina: Conflitos socioambientais, giro ecoterritorial e novas dependências. Editora Elefante.
Terramar. (2023). “Carta das comunidades tradicionais, movimentos sociais e sociedade civil à Câmara Federal sobre o PL 11.247/2018. 2023. Disponível em https://terramar.org.br/2023/09/05/carta-das-comunidades-tradicionais-movimentos-sociais-e-sociedade-civil-a-camara-federal-sobre-o-pl-11-247-2018-regulamentacao-das-eolicas-offshore-no-brasil/#
Traldi, M.; Rodrigues, A. M. (2023). O duplo caráter da despossessão na produção de energia eólica no semiárido brasileiro. Espaço e Economia, p. 1-21. https://doi.org/10.4000/espacoeconomia.23885
Autor. (2013).
Autor. (2021).
Zanotelli, C.L. (2022). A (re)emergência das noções de meio no contexto contemporâneo do neoliberalismo e de economia destruidora. Ateliê Geográfico. 16, 2 (ago. 2022), 6–30. DOI:https://doi.org/10.5216/ag.v16i2.73554.
Zanotelli, C. (2024). Sem transição: genealogia da invenção da “transição energética”, uma leitura do historiador Jean-Baptiste Fressoz. Ateliê Geográfico, 18(2), 82–132. https://doi.org/10.5216/ag.v18i2.79595
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista de Geografía Norte Grande

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.